Não sei dizer no que me transformei...
Do padre ao podre,
Do irmão paradigma ao ébrio solitário,
confabulando valores que acredito
em meio a solidão tão amiga
a dizendo-me que estou em paz
por estar só.
Trancado em minha fortaleza de vidro
onde observo calado
os transeuntes casais felizes...
E eu?
Sou apenas só!
Sou apenas só!
invejando o normal
e me julgando feliz
por estar isento, aparente,
das dores do mundo.
Queria apenas alguém,
mas o meu social não permite foragir-me.
Sou mais um...
preso pelos extremos intangíveis,
num celibato horroroso
disfarçado de calma e temperança.
Queria ser mais um entrosado
em meio a rodas de amigos alienados e comuns,
mas não sou...
Sou aquele em que o dito popular diz: