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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Pau de Sebo



PAU DE SEBO: De: Henrique Musashi Ribeiromaio de 2004.

meio palhaço, eu
Embriagado pelo acérrimo absinto da paixão
Tomou um bode por montaria,
Pois aos seus olhos era belo corcel
Chegou ao pé de um pau de sebo
Disse que alcançaria o céu,
Pois aos seus olhos era a 'Escada de Jacó'
Pobre cego de Babel!


Buscou sombra e sustento
Em uma paineira sem frutos e ressequida
A seu pé bradou em alta voz:
- Quão bela é Arvore da Vida!
Pisando sobre espinhos quebradiços e agudos,
Mas aos seus olhos eram belos galhos robustos.
E foi arriscando a própria alma
segurando em molhos de farpas
Entretanto sentia-se acariciado
pela mais suave palma
E não se conteve até chegar ao topo de sua ilusão
No topo de seu obelisco
havia um tímido e cruel recado que dizia
- NÃO!
O susto fez o meio palhaço poeta cair
do altar fantástico que montara
Agora via-se enganchado em espinhos
a sustentarem-no pelas roupas esfarrapadas
que o impedem de tocar o chão.


Agora vive ferido e suspenso pelos trapos
Pendurado no limbo de seus pensamentos
Não está no topo,
Mas também não está no chão
A não ser pelo seu sangue
Que goteja no chão e se mescla com a poeira
Trazida pelo vento de risos de escárnio


E talvez, nem assim, este aprenda
que todo amor falso transforma
altar e andor de devoto
em seu próprio cadafalso.

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