De: Henrique Musashi - Em, 20 de fevereiro de 1998.
A tua boca me fala
De doces perfumes
E minhas mãos se calam
- Não tenho respostas!
A espada envenenada e fria
de tua boca
Corta o meu coração,
Mas o vermelho não desbota
e eu olho adiante
Não vejo tuas costas
a mesma que me mostraste malcriada
Ah! Um dia enganado me agarrei sequioso
E que minhas mãos eram como um barco
Que deslizavam sobre o oceano de tua costa
Ou diria costas?
E meus dedos mergulhavam nas ondas de teus cabelos
E teus olhos me esfaqueavam
E o meu faro se contradiz
Sinto odores bons de onde apenas vi veneno
E vejo o veneno onde outrora
era doce e bom de se morar
E agora já não sei
onde encontrar a nossa verdade comum
Não sei se quer existe,
mas o sabor de teu beijo em minha boca ainda persiste
- Triste verdade e mentirosa dor
Mas é como se em outra boca não houvesse sabor
e minhas mãos não abrigassem outra
que não fossem as tuas
E tua vaidade me vence pelo cansaço
E sinto que estou sendo suavemente arrastado
e enganado por algo já conhecidamente devorador
É neste momento em que braços atrofiam
E não queremos saber de nosso chão
E de repente fingimos não existir Céu ou Inferno
Suavemente nos esquecemos que somos o que imaginamos
Somos o que acreditamos e concebemos no grande palco:
- O coração!
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