S U A V E M E N T E (atualizado)
De: Henrique Musashi - XX-II-XCVIII
A tua boca me
fala
De doces
perfumes
E minhas mãos
se calam
- Não tenho respostas!
A espada
envenenada e fria
de tua boca
Corta o meu
coração,
Mas o vermelho
não desbota
e eu olho
adiante
Não vejo tuas
costas
a mesma que me
mostraste malcriada
Ah! Um dia
enganado me agarrei sequioso
E que minhas
mãos eram como um barco
Que deslizavam
sobre o oceano de tua costa
Ou diria
costas?
E meus dedos
mergulhavam nas ondas de teus cabelos
E teus olhos
me esfaqueavam
E o meu faro se
contradiz
Sinto odores
bons de onde apenas vi veneno
E vejo o
veneno onde outrora
era doce e bom
de se morar
E agora já não
sei
onde encontrar
a nossa verdade comum
Não sei se
quer existe,
mas o sabor de
teu beijo em minha boca ainda persiste
-
Triste verdade e mentirosa dor
Mas é como se
em outra boca não houvesse sabor
e minhas mãos
não abrigassem outra
que não fossem
as tuas
E tua vaidade
me vence pelo cansaço
E sinto que
estou sendo suavemente arrastado
e enganado por
algo já conhecidamente devorador
É neste
momento em que braços atrofiam
E não queremos
saber de nosso chão
E de repente
fingimos não existir Céu ou Inferno
Suavemente nos
esquecemos que somos o que imaginamos
Somos o que
acreditamos e concebemos no grande palco...
O coração!
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