SEIS DORES - De: Henrique Musashi Ribeiro
- Em, junho de 1999 -
Quão triste desventura
De sorte madrasta
Carregar triste cruz de bem querer
Por gostar de quem bem sabe
A maldita arte de fazer chorar o bem querer
E triste é o choro
De quem chora sem consolo
Quando pula sobre os ombros o desalento
Como um triste arrepio, um suave vento
Como praga em se mesmo rogada
Como se agouro em sua cabeça
Desse mil revoadas
Restam quatro olhos e seis dores
Duas dores nos dois olhos que ficam
A olhar, rasos d'água, o amor se afastar
Quatro dores nos dois olhos a partir
Duas dores por ter que ir
Mais duas mais doloridas
Por ter feito seu bem chorar.
Cada olho uma dor:
a dor de quem fica
a dor de quem vai
e a dor de quem fica na perspectiva de quem vai,
quem sabe, talvez, uma oitava, que seria
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