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terça-feira, 18 de maio de 2004

PAU DE SEBO

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PAU DE SEBO 
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 18 de maio de 2004. 



O meio palhaço, eu 

Embriagado pelo acérrimo absinto da paixão 

Tomou um bode por montaria, 

Pois aos seus olhos era belo corcel 

Chegou ao pé de um pau de sebo 

Disse que alcançaria o céu, 

Pois aos seus olhos era a 'Escada de Jacó' 

Pobre cego de Babel! 



Buscou sombra e sustento 

Em uma paineira sem frutos e ressequida 

A seu pé bradou em alta voz: 

- Quão bela é Arvore da Vida! 

Pisando sobre espinhos quebradiços e agudos, 

Mas a seus olhos eram belos galhos robustos. 

E foi arriscando a própria alma 

segurando em molhos de farpas 

Entretanto sentia-se acariciado 

pela mais suave palma 

E não se conteve até chegar ao topo de sua ilusão 

No topo de seu obelisco 

havia um tímido e cruel recado que dizia 

- NÃO! 

O susto fez o meio palhaço poeta cair 

do altar fantástico que montara 

Agora via-se enganchado em espinhos 

a sustentarem-no pelas roupas esfarrapadas 

que o impedem de tocar o chão. 



Agora vive ferido e suspenso pelos trapos 

Pendurado no limbo de seus pensamentos 

Não está no topo, 

Mas também não está no chão 

A não ser pelo seu sangue 

Que goteja no chão e se mescla com a poeira 

Trazida pelo vento de risos de escárnio 



E talvez, nem assim, este aprenda 

que todo amor falso transforma 

altar e andor de devoto em seu próprio cadafalso. 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2003

A C R E D O C E

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A C R E D O C E 
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 01 de dezembro de 2003.


Há algum tempo atrás
fui devoto profano de tuas palavras,
escravo de cada afirmação reta ou rota
E o teu silêncio, por muito tempo,
foi o meu calvário
e em meus pensamentos o meu próprio gólgota
Onde até uma mísera palavra escrita me faria tão bem

Hoje sou devoto do silêncio
Depois de rasgado o véu negro de tua boca
As palavras, às vezes, me enojam!
A partir desta data
sou aquele que apenas olha nos olhos,
Aquele que apenas observa o que dizem as mãos
Sim, principalmente, as mãos postas aos espinhos - pós-dores!

Hoje separo em vasos diferente LIBIDO e AMOR,
pois, de fato, triste descobri
que nunca possui e nunca foi minha, 
quem realmente amei
Nem nunca amado 
por quem ferozmente tomei em meus braços,
pois acreditei e me fiz acreditar: 
Palavras... Promessas...
E esse foi o meu maior pecado!

Não, não mentirei para ti...
Não creio no que tu me dizes,
pois os teus beijos são insípidos e esporádicos
Não sinto teu coração pulsar como em oferta a um deus,
mas sinto como se tu me desses beijos-esmolas

Sim, teus beijos me disseram mais
que tuas mãos e tua boca
Tuas mãos nada me disseram
Elas apenas revelam o que teu coração sente por mim

Não me digas nada!
Não me faça promessas,
pois não gosto de pensar em coisas...
Prefiro senti-las!

(E depois de ler estas coisas

ainda me dirás que nunca nem me prometeste nada
e se disto te orgulhas,
és o descompromisso em pessoa...
Logo será o problema de outro
que, enganado, te chamará de "meu bem".)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

GINCANA DOS TOLOS

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GINCANA DOS TOLOS 
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 28 de fevereiro de 2003. 


Vinde e vede por meus olhos 

e verás almas nuas 

a se esconderem atrás de tijolos 

de vidros quebradiços 

e transparências que lhes parecem opacas. 



Vinde e vede por meus olhos 

multidões de tolos a base de carbono 

correndo atrás de sonhos 

apertando a mão do vento 

como se lhes parecesse um Golias 

ou um deus iminente. 



Um deus papel moeda 

e olhos de pequenos círculos de metal 

com cara e coroa. 

Vede! Não é lombra... 

Lombrado já estive 

quando haviam escamas nos meus olhos 

Ignorante, pensava que tudo seria diferente, 

E como todo mundo, 

Acreditava em um Senhor no céu 

e servia a um outro 

que cai na conta corrente.