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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Crap! (Merda)

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 C R A P!
De: Henrique Musashi - Em, 30 de abril de 2000

Seria grande e profundo milagre
um caule oco e espinhento
se transformasse em colmo cheio
Da secura do bambu 
para o doce da cana-caiana.

Não é a vida que nos engana
É o desejo nosso de cada dia
a nos preparar toda a trama
Começa pela morte do nosso 'natural verde'
logo trocado pelo 'verde grana'

São nossos próprios olhos 
a nos cegar a vista e o entendimento
Não é que sejamos de todo
um bando de mentirosos,
mas apenas estamos ávidos por uma ilusão

O 'EU' é o nosso arque inimigo,
e não aqueles que nos cercam...

Temos a audácia de acordar cada dia 
e orar por flores, mas nem se quer 
dos espinhos provamos as dores...
Não nascem flores no piso liso e decorado.
Isso não é segredo,
que as plantas lindas
gostam do solo excrementado,
da água,
do sol que brilha como a verdade...

Somos todos como plantas, 
seja qual seja o colmo ou a calma do vento
Nossas raízes precisam de excremento 
de um 'Deus Interior' que olhe por elas...
Mas é verdade sim:
Merda acontece, 
mas boas coisas 
tendem a crescer sobre ela.



                    

domingo, 2 de agosto de 2009

Passamento!

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P A S S A M E N T O
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 21 de Dezembro de 1999.

Quando estiver preste a partir desta vida
Temerei por meu despreparo
E por fazer minha ausência doer no peito
Quem me teve por pessoa querida.

Entretanto gostaria de ir numa boa
Sem escândalos, sem desmaios teatrais
Apenas gostaria de ir em paz e à toa,
E que neste dia, dos céus,
caísse apenas uma garoa.

E que esta garoa caísse trazida pelo vento
Molhasse todas as calçadas do antigo casario
realçando lajotões e ladrilhos
dado um ar de cor e divertimento.
E que qualquer amigo se esquecesse
de derramar uma só lágrima
Pelo meu triste-feliz passamento.

Não quero lágrimas neste dia tão bacana
Quero meus amigos por perto
sussurrando coisas da 'Legião Urbana'
Não quero velas e nem um cruz,
Pois não estarei no escuro
e vivo, em minha mente,
estarão os meus Avatares,
Budha e outro a quem chamam Jesus.

Pelo menos neste dia queria um pouco de
sinceridade
Aos que ainda gostarem de mim
sei que deixarei saudade,
E aos que de mim não gostarem,
não chamem de "gente boa"
dando-se a se mesmos ar de bondade
Têm a minha permissão
para que neste dia
me desdenhem com a mesma
ou maior intensidade.

E até queria que dissessem na risada
em meio a zoeira :
- Adeus belo presunto...
Tão irreverente com a morte
nunca temeu tal assunto.
E como último pedido insano
pediu em que sua lapide
uma foto alegre e o epitáfio:
“FRESQUEI FOI MUITO!”
Foi-se... Adeus ao menino homem
das brincadeiras
Tanto que pintou bordou
atrás de tudo que foi bananeira
Agora servido como banquete aos vermes
numa baixela de madeira.


O SENHOR DAS MÁSCARAS

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O SENHOR DAS MÁSCARAS
Texto de: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 1/12/2001.


O Senhor das Máscaras, considerado por muitos como fidalgo e irrepreensível homem de grande respeito e caráter ilibado, embora fosse um homem que nunca se tinha visto o verdadeiro rosto, pois trazia consigo uma sacola de veludo vermelho repleta de máscaras de fino trato. Ele mudava as máscaras estrategicamente, trocava de acordo com a conversa e companhia.
A burguesia achava aquilo muito chic:
- "Ele deve ser muito rico... Tem uma cara... digo, máscara para cada ocasião."
Quando em companhia do ‘Senhor da Guerra’, botava sua ‘Máscara de Samurai’ e falava durante horas de guerras e bravatas, que nunca havia travado.
Com o ‘Príncipe da Paz’, botava sua mascara de ‘Apóstolo Devoto’, dizia ter devoção ao amor e era inimigo da violência. Já diante dos ‘Senhores da Poesia Realista’, censurava os românticos e dizia que a paz e o amor era uma tola utopia e que a guerra era para os vândalos e burros. E assim ia de mesa em mesa.  
Gabava-se ao seu discípulo, qual ele nem se esforçava lembrar o nome:
- “Garoto, está vendo como sou querido?” Dizia ao rapaz silencioso e de olhos arregalados – “E quem sabe um dia você também consiga ser como eu.”
Parolando, mentindo, bajulando dizendo o que as pessoas gostariam de ouvir. Essa era a receita daquele suposto lorde. Dessa forma ele percorreria, ileso, por entre as fileiras de tantas cabeças e partidos diferentes. E dizia a seu jovem discípulo:
- “Agradando a todos... É assim que se logra  pessoas e o mundo.”
Mas qual era a verdadeira personalidade do Senhor das Máscaras? Ninguém sabia a resposta para esta questão
Um dia fora anunciado ‘o grande debate das confrarias’, onde o grupo vencedor receberia todas as honrarias, no período de 1 ano, em todos os reinos. Aquilo se podia dizer que era o acontecimento mais esperado por todos. As pessoas já olhavam os cartazes e já imaginavam a roupa nova que iriam fazer para aquela ocasião que ocorreria em uma semana.
Como previsto o Lorde Mascarado, fora convidado, em momentos diferentes, como padrinho e ‘grande apoiador’ de cada uma daquelas confrarias. Ele, muito cheio de pernas e cego pela vaidade, disse a cada um dos representantes, que estava muito honrado pelo convite e que defenderia a causa com toda força de seu intelecto.
Quando se deu conta do que havia feito, que não poderia se comprometer com todas as causas, pois todas eram rivais. E agora o que faria?
A semana passou rápida e chegando o grande dia já estavam à mesma mesa os ‘Poetas realistas’, o ‘Príncipe da Paz’ e o ‘Senhor da Guerra’. E cada um dos temidos senhores do mundo contava, em particular, com a refinada colaboração do Mascarado, para ganhar o maior de todos os debates.
E agora o que o Senhor das Máscaras faria?
Tão empolgado e envaidecido com tantas honras, ele se esqueceu que só poderia usar uma máscara de cada vez. E agora? 
O Senhor das Mascaras simplesmente não compareceu. E sendo descoberto o seu plano de popularidade, foi dado como um covarde e mentiroso em todos os reinos, que, sem saber, haviam convidado o mesmo homem para apadrinhar suas causas.
Depois de percebida a sua covardia e falsidade. O Lorde escondera todas suas máscaras e dessa forma não pode nunca mais em sua vida e em nenhum reino mostrar qual era a sua "cara".
O único que realmente viu a sua verdadeira face fora o seu discípulo quando o desmascarou:
- "Não és um mestre e nem coisa alguma. És apenas mais um dos piores alunos da vida, pois que ainda não aprendeste dela uma de suas mais simples e importantes lições. Só tinha que ser autêntico, só bastava tu ser tu mesmo, mas acho que nem tu mesmo sabes quem tu és." 
- "Ousas falar assim comigo?" Retrucou o mascarado.
- "Cala-te, pois não passa de um coitado.." Disse seu discípulo antes de virar-lhes as costas e o abandonar.
E por final, orgulhoso, colocou a sua última máscara, que daí por diante o acompanhou até o fim de sua vida, a máscara de Palhaço Solitário e Triste.