APOLOGIA DE UM
DEVANEIO DESGOSTOSO
De: Henrique Musashi Ribeiro - in VII-MMIV.
Como é que se
vive sem amor?
Vem cá que eu
te ensino (gargalhada)
Não vou
dizer-te,
pois eu mesmo
não sei explicar
vou apenas
mostrar-te fotos e ‘flash back’
dos últimos
três anos de minha vida.
Talvez esteja
exagerando,
pois tive o
privilégio das ilusões,
das doces
mentiras e depois
uma filha -
meu amor!
Como é que se
vive sem amor?
Não sei,
acho que
ninguém vive...
Se morre cada
dia um pouco
Fingindo ter
alegrias
pra não ficar
louco
Fazendo
tolices
pra ter o que
contar
Ficando bêbado
com os amigos
em uma mesa de
bar
Reciclando
todo o passado,
que é puro
lixo,
tirando as
partes ruins,
vendendo por
mais do que vale
e chamando o
produto final de conselho.
Como é que se
vive sem amor?
Já disse que
não sei,
pois de fato
eu tenho o que resta,
de melhor,
aqui dentro de mim,
pois o que eu
mais sinto falta
é de mim
mesmo,
do riso
frouxo,
das piadas ao
acaso,
da
displicência - o barato da arte
dos bons
amigos autênticos,
dos abraços
fraternais,
do estalar das
mão na saudação,
de
compartilhar risos e lágrimas...
Como é se vive
sem amor?
Não sei! Eu
amo!
Tenho minhas
memórias
e, nelas, uma
imensidão e coisas que eu vivi
e com elas hei
de sonhar
de novo, de
novo, de novo...